EPACE e a tempestade elétrica

Neste corte, você vai aprender mais sobre o bloqueio do gânglio estrelado no tratamento da tempestade elétrica!

Recebemos o Afonso Dalmazio e o Rodrigo Kulchetski da EPace! Ambos cardiologistas e eletrofisiologistas, extremamente competentes e didáticos!


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Abordagem Inicial do paciente com TV

  • MOVED + AMPLA, como sempre!

Abordagem sindrômica da taquicardia de QRS largo

  • Checar sinais de instabilidade
    • Hipotensão
    • Alteração do estado mental
    • Sintomas de insuficiência cardíaca
    • Dor torácica anginosa
  • Até que se prove o contrário – TV
  • Se instabilidade → Cardioversão elétrica sincronizada imediatamente
  • Se estável
    • Começa com ECG de 12 derivações!
    • Pode escolher antiarrítmico (amiodarona) ou cardioversão se “risco de sedação baixo”

Como fazer amiodarona

  • Existem várias maneiras. Clássico = Ataque + Manutenção
  • Ataque pode causar hipotensão (por efeito betabloqueador). Esse efeito indesejável é muito relacionado à velocidade de infusão. Preferir fazer lentamente. Principalmente em pacientes com disfunção ventricular.
  • Sugestão EPace → 150mg em 100ml de SF0,9% em 30 minutos.
  • Manutenção:
    • Diluir em soro glicosado
    • Diluição clássica é 6 ampolas (900mg) em 500ml de SG5% em 24h.
    • Pode causar flebite.
    • Para reduzir risco de flebite, diluir mais se o paciente tolerar volume (300mg em 250ml de SG5% e fazer ao longo de 8 horas, somando 900mg/750ml em 24h)

Reverti uma TV, o que fazer agora?

  • Sempre internar o paciente (será necessária vigilância e investigação antes de alta, além de avaliação do cardiologista para pensar em CDI ou ajuste do CDI em pacientes que já o tem)
  • Entender se há doença de base – Iniciar com ecocardiograma transtorácico e ECG fora da TV (procurar áreas inativas, sinais de doença, etc)
  • Procurar triggers (infecção, distúrbios eletrolíticos de potássio, magnésio e cálcio).

Quais doenças causam TV?

  • Doenças que cursam com cicatriz → Infarto prévio, Chagas, miocardiopatias, etc.

TV monomórfica e infarto?

  • Muito improvável! TV monomórfica em geral tem a ver com cicatriz, sendo improvável que se trate de isquemia aguda!

E se for uma TV polimórfica?

  • Em geral é uma TV mais instável
  • Esta sim, pode ser por isquemia aguda
  • Mais associada a canalopatias (ex: TV polimórfica catecolaminérgica, Brugada, etc)
  • Mais relacionada a QT longo (congênito ou adquirido)

Tempestade elétrica

  • 3 ou mais arritmias ventriculares em 24 horas
  • Uma TV reentrante é diferente de “múltiplos episódios de TV”, pois é necessário interromper o que está causando estas arritmias.
  1. Interromper o trigger
  • Potássio > 4, Magnésio > 2
  • Avaliar se há isquemia ativa
  • Tratar baixo débito / congestão
  1. Antiarrítmico
  • Iniciar ou aumentar infusão de amiodarona (900-1200mg em 24h)
  • Pode-se associar lidocaína (ataque lento 1-1,5mg/kg e manutenção 1-4mg/min)
    • Diluição: 150ml de lidocaína 2% + 100ml de SF0,9% (1-4mg/min = 5-20ml/h)
    • Risco de intoxicação – Alteração neurológica / confusão mental / convulsão / bradicardia
  1. Bloqueio simpático
  • Betabloqueadores (se não houver choque cardiogênico associado)
    • Propranolol é o betabloqueador VO de escolha. Alternativa EV é o esmolol, de curta vida.
    • De novo, evitar em pacientes hipotensos, muito bradicárdicos ou muito congestos
  • Tratar ansiedade → Considerar benzodiazepínico dose baixa
  • Se ausência de resposta, intubação com sedação profunda é uma alternativa
  • Se expertise local, outra opção é o bloqueio do gânglio estrelado (feita à beira-leito). Existem diversas técnicas, mas a ideia é aplicar anestésico na região próxima a este gânglio, que é uma fonte de inervação simpática. O paciente frequentemente evolui com Horner ipsilateral, autolimitado. Costuma ser bem tolerado e tem boa resposta no controle de arritmia.
  • Outras possibilidades
    • Marcapasso provisório para overdrive pacing (aumentar a FC do paciente) → Principalmente em casos de QT longo (overdrive vai reduzir QT longo induzido por bradicardia e extrassístoles frequentes)
  • Balão intra-aórtico / suporte mecânico → Em casos de baixo débito cardíaco
  • Ablação de urgência é exceção! Exemplos: TV lenta ou arritmias muito frequentes a despeito de otimização da terapia

Como cardioverter um paciente com marcapasso

  • Fugir do dispositivo!
  • Deixar as pás o mais longe possível do gerador.

E se o paciente tem CDI?

  • Ele chegará ao PS com história de CHOQUES
  • Este dispositivo tem que ser interrogado para definir se o choque foi apropriado (TV) ou inapropriado (arritmia supraventricular ou ruído / erro de programação)

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