Alê e o ataque do Escorpião

Alê Freitas é emergencista pelo HC da UFMG e pós-graduada em medicina paliativa. Além disso, a Alê trabalhou no setor de Toxicologia no João XXIII e manja muito de peçonhentos!

Nesse episódio ela te leva por um caso de acidente escorpiônico.

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Escorpionismo

  • Acidentes com sintomas de escorpionismo são mais comuns em crianças pequenas
  • Acidentes em crianças são potencialmente mais graves
  • A dor costuma ser muito forte, e é neuropática. Isso significa que a dor pode irradiar e acometer todo o membro (braço inteiro, perna inteira, etc) e pode ocorrer parestesia.
  • Além de dor local bastante intensa, o acidente escorpiônico pode cursar com sintomas colinérgicos – Vômitos, sudorese, sialorreia, broncorreia, diarreia… Além de sonolência e bradicardia.
  • Sintomas com < 2 horas do acidente sugere maior gravidade! Habitualmente os sintomas podem ocorrer até 4 horas, mas quanto mais cedo os sintomas aparecerem, maior é o risco do acidente.

Abordagem

  • Estratificação de risco – Idade, peso, sintomas colinérgicos associados, tempo até início dos sintomas colinérgicos… Acidentes moderados são aqueles com poucos sintomas colinérgicos (sudorese, vômitos…), enquanto os graves são aqueles com sintomas mais intensos ou mais graves (bradicardia, sonolência, etc).
  • Analgesia – Dor costuma ser forte… Podem ser necessários opioides. Bloqueio anestésico local pode ser usado, mas não é necessário em geral.
  • Exames não ajudam muito aqui… O pior cenário do escorpionismo são sintomas colinérgicos muito intensos, podendo cursar com bradicardia, disfunção de VE, rebaixamento e broncorreia com insuficiência respiratória.
  • Em casos de bradicardia importante a atropina pode ser útil. Em pacientes com disfunção ventricular e choque cardiogênico, a dobutamina pode ser necessária.

Administração de soro anti-escorpiônico

  • Acidentes leves, ou seja, sem sintomas associados, mesmo após várias horas do acidente, não precisam de soro. Todos os pacientes com acidente escorpiônico devem ser observados pelo menos por 4-6 horas, para avaliar se haverá sintomas que indiquem maior gravidade do acidente.
  • Acidentes moderados a graves precisam de soro. Eventualmente, pode ser indicado o soro mesmo na ausência de sintomas colinérgicos, por conta de risco de acidente grave (crianças pequenas, acidente precoce… precisa ser avaliado por especialista caso a caso). A dose do soro varia de serviço para serviço.
  • Como qualquer soro, puncionar 2 acessos e administrar lentamente, em sala de emergência.
  • Após administração do soro, manter 12 horas de observação do paciente.

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