Hoje a Fritada tem duas partes:
Parte 1- Abordagem da febre no PS
Parte 2- Manejo da Dengue no PS
Disclaimer – Gravamos esse episódio antes do surto de dengue!!!
Conheça a SIMM Academy, nossa plataforma de casos interativos (casos clínicos, ECG, POCUS e imagem) além de artigos resumidos e cursos focados!
Link: www.simmacademy.com.br
Siga nossas redes!
@emergenciasimm
Abordagem inicial da febre no PS
- Avaliação primária sempre – ABCDE básico e suporte (ver circuito do O2 abaixo)
- Avaliação de probabilidade de sepse (escores, avaliação clínica, etc) – Preciso iniciar medidas imediatas?
- Anamnese e exame físico focados
- Procurar disfunções orgânicas “ocultas” (disfunção renal, hepática, hematológica)
- Febre no PS até que se prove o contrário é infecção! Procurar foco!
Circuito do oxigênio
- Entra ar da atmosfera (com concentração típica)
- Via aérea tem que estar patente
- Ar chega na zona de troca pulmonar, que tem que estar funcionante
- Oxigênio entrou no sangue, a circulação tem que estar adequada para levar o oxigênio para a periferia
- Checou na periferia, a microcirculação tem que estar funcionante para o sangue chegar na célula
- Chegou na célula, a mitocôndria tem que estar funcionando.
- Qualquer problema neste circuito Via aérea – Troca gasosa – hemodinâmica põe o paciente em risco.
- A quarta função básica é o neurológico, que tem que estar funcionando para organizar as funções acima.
Procurando o foco infeccioso
- Anamnese e exame físico focados. Procurar ativamente sintomas respiratórios, urinários, lesões de pele (incluindo pé diabético), gastrointestinais, corrimento vaginal, presença de cateter de longa permanência, presença de próteses (valvares, marcapasso, etc), etc.
- Pacientes muito novos ou muito idosos, ser mais agressivo na investigação em termos de exames complementares
Abordagem das arboviroses (dengue)
- Diagnóstico específico – Até 5 dias, NS1 é o exame de escolha para diagnosticar dengue
- Em épocas de surto/alta incidência, o diagnóstico pode ser clínico guiado por probabilidade
- Pode ser Chikungunya ou Zika?
- Pode! Na fase aguda é difícil diferenciar. Tratar como dengue!
- Estratificação de risco – Realizar prova do laço e procurar fatores de risco (comorbidades, medicações anticoagulantes/antiagregantes) e sinais de alerta!
Grupo A – Sintomáticos, hidratação VO, orientação de sinais de alerta
Prescrição para casa em pacientes com diagnóstico presumido de dengue:
- Hidratação com líquidos e sais de reidratação oral – 60ml/kg por dia (orientar tentar chegar nisso… Com certeza aumentar a ingesta hídrica)
- Idealmente receber reavaliação no dia da defervescência ou no D5 (a fase crítica é na defervescência, mais ou menos nesse período)
- Entregar folheto com sinais de alarme! “A dengue avisa”.
Abordagem do choque da dengue
- Hidratação agressiva!
- Regra do “20-20-20”
- 20ml/kg de cristaloide em 20 minutos. Pode repetir até 3 vezes!
- Monitorizar tolerância (congestão pulmonar, por exemplo)
- Repetir se necessário
- Albumina pode ter espaço no choque da dengue!
- Lembre-se – O choque da dengue tem como causa o extravasamento e perda de líquido pro terceiro espaço por aumento da permeabilidade capilar
- A albumina ajuda a volemia a ficar “onde é pra ela estar”, ou seja, dentro do vaso!
- Monitorizar o hematócrito! É um bom marcador de resposta terapêutica
- Guiar por queda do hematócrito!
- A queda do hematócrito significa “mais líquido dentro do vaso”, que é o nosso objetivo
- POCUS e ecocardiograma para avaliar se há disfunção cardíaca concomitante (ajuda no manejo, mas também porque dengue pode cursar com miocardite)
- Encaminhar paciente para a UTI para manejo subsequente